A MÚSICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Nas últimas décadas, a educação infantil, isto
é, a educação de crianças de 0 a 6 anos realizada em creches e pré-escolas,
adquiriu uma nova ordem no âmbito das políticas e das teorias educacionais.
Mudanças no mundo do trabalho, aliadas a pesquisas no campo da educação, tanto
no panorama internacional quanto nacional, impulsionaram a criação de normas
que assegurassem o direito das crianças pequenas à educação.
A Constituição Brasileira
aprovada em 1988, no Art. 208, declara que
“o dever do
Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento em
creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade”
(Brasil, 1988).
Além da Constituição, as crianças
estão contempladas no Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 2001) e na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na qual a educação infantil
passa a ser a primeira etapa da educação básica. Consta ainda, no Art. 26, que
o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis
da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos
(Brasil, 1998a). O processo de implantação da LDBEN foi complementado com a
publicação, pelo Ministério da Educação (MEC), do Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), que tem por objetivo auxiliar o
professor na
“realização do seu trabalho educativo diário
junto às crianças pequenas” (Brasil, 1998b, p. 5
A música, é definida como uma das
linguagens a serem desenvolvidas, garantindo, assim, espaço à educação musical
nesse nível de ensino. Várias críticas foram feitas ao RCNEI, dentre as quais
destacamos aqui aquela que questiona se a proposta consegue atingir os
professores, já que existe, entre eles, uma diversidade regional, cultural,
socioeconômica. Além disso, as propostas de educação infantil, tanto nacional
quanto estaduais e municipais, defendem a necessidade de um professor que pense
na criança de uma forma integrada e que tenha domínio em diversas áreas do
conhecimento, como sinaliza o RCNEI (Brasil, 1998b, p. 41). Nesse sentido,
Kishimoto (2002, p. 109) questiona o espaço destinado ao ensino das artes nos
cursos de formação de professores de educação infantil: [...] como justificar
que, na maioria dos cursos de formação profissional, a arte está ausente ou
fica restrita às artes visuais? Onde estão a música, a dança, o teatro, ou
melhor, qual o espaço destinado às linguagens expressivas? Figueiredo (2001)
aponta que, na região Sul, a formação musical do pedagogo é insuficiente ou
inexistente. Essa formação insuficiente ocorre ao longo do ensino fundamental e
médio, bem como nos cursos de pedagogia, a que os estudantes chegam, muitas
vezes, sem ter tido um contato mais formal com a música. Esse fato, segundo o
autor, pode ser visto nas práticas musicais dos pedagogos, causando insegurança
para atuar no ensino de música para as crianças.
. Mudanças importantes
aconteceram na legislação respaldando a educação infantil como primeira etapa
da educação básica, buscando que o professor desse nível tenha a formação
necessária e garantindo à música o seu espaço nos currículos escolares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário